quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

TUINA

                   


Tui-Ná ou Tuina é um tipo de massagem terapêutica de origem chinesa, praticada não só no Oriente como na Grécia Antiga, a Tui Na serviu para curar e aliviar inúmeros problemas.

                                  
Nesta massagem as mãos são o canal transmissor de energia, e é através delas que se cura o plano emocional e físico, proporcionando o relaxamento do corpo e da mente, aliviando a tensão diária do ser humano.


É eficaz no combate e prevenção de doenças, e há ainda quem considere que esta massagem é um meio para conseguir viver por mais tempo, pessoas com problemas de circulação, hipertensão, insónias, ou dores de cabeça, doenças nervosas, excesso de peso, paralisias podem sair da massagem com uma enorme sensação de bem estar e relaxe.
 Problemas dos órgãos internos.A Tuina harmoniza a energia essencial do corpo entre o Yin e o Yang, segundo este princípio, duas forças complementares compõem tudo que existe, e do equilíbrio dinâmico entre elas surge todo movimento e mutação. O Yang é o princípio ativo, diurno, luminoso, quente já o Yin é o princípio passivo, noturno, escuro, frio.


 Quando ocorre um  desequilíbrio do Yin Yang há o predomínio de um deles, este fator é o que causa as doenças.  O aumento do yin consome o yang ou uma debilidade do yang conduz ao domínio do yin, e nesses casos, se origina a síndrome do frio. O aumento do yang consome o yin, ou a debilidade ou fraqueza do yin propicia o predomínio do yang, e nesses casos, se origina a síndrome do calor.  Os métodos de tratamento deverão ser dirigidos a corrigir esse desequilíbrio  yin-yang, pois o corpo é um todo , e o propósito do tratamento é reajustar o yin e yang , promover a circulação da energia (Qi) e do sangue.


A massagem Tui-Ná faz parte da medicina tradicional chinesa, que se fundamenta na teoria dos cinco elementos: água, fogo, terra, madeira e metal que simbolizam os órgãos internos do corpo.


O diagnóstico avalia esses cinco princípios, que se manifestam nos níveis físicos e psíquicos, enquanto o tratamento busca reconduzi-las ao equilíbrio através de massagens nos meridianos e pontos reflexos nos pés.


Durante a massagem as mãos do terapeuta buscam cada orificio interno do corpo, procurando tanto nódulos de tensão, quanto os meridianos relativos a cada órgão, objetivando reduzir as sensações negativas que o paciente apresente.

As massagens Tui Na atuam no sistema nervoso, reprodutor, digestivo, circulatório, proporcionando benefícios aos tecidos cutâneos, à circulação sanguínea, bem como a toda a estrutura óssea. Assim, toda a saúde emocional, mental, e física, do paciente acaba por sair privilegiada.

 Pelo fato da Tui Na não atuar somente ao nível dos músculos, acaba por ser uma das vertentes mais exploradas e estudadas na China.



 

 Fonte:

http://www.tui-na.lumic.com/Artigos/tui-na%20artigo%20a%20massagem%20de%20tui%20na.htm


segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

SÍNDROME DA ANGÚSTIA RESPIRATÓRIA DO RECÉM-NASCIDO



Antes de entrarmos no conteúdo específico é bom lembrar a importância abissal que o surfactante tem para a nossa sobrevivência.
O surfactante ou tensoativo é um agente poderoso na prevenção de atelectasia.  Ele é uma mistura de moléculas lipoproteicas, produzidas pelas células secretoras do epitélio alveolar, capaz de alterar as propriedades superficiais e interfaciais de um líquido na luz dos alvéolos, evitando assim o colabamento dos alvéolos na respiração. Em resumo as principais finalidades do surfactante são:
- Diminuição da tensão superficial na interface de ar-liquido alveolar
- Manter a estabilidade alveolar, impedindo seu colapso no final da expiração.

A síndrome da angustia respiratória do RN (SARRN) ou Doença da membrana hialina (DMH) como assim era chamada, é uma das causas mais freqüentes de sintomatologia respiratória e de óbito em recém nascidos prematuros.
Esse distúrbio é decorrente da produção insuficiente ou inativação de surfactante pulmonar,  e má adaptação da vida extra-uterina.

INCIDÊNCIA
-  50%  entre idade gestacional de 26 à 28 semanas (prematuro extremo)
-  25% entre 30 e 31 semanas (prematuro moderado)
- Predisposição em mães diabéticas

PATOLOGIA
Devido a diminuição ou inativação do surfactante ocorre um aumento da interface ar - liquido, causando um colabamento alveolar e consequentemente um colapso alveolar e diminuição da complacência pulmonar (distensão).
Na SARRN ocorre a diminuição da oxigenação, o que leva a uma vasodilatação e uma maior circulação pulmonar.
Com o aumento da pressão nas artérias pulmonares o sangue começa a passar do átrio direito para o esquerdo através do forame oval patente, que é uma conexão normal entre os átrios no feto, condição que se persistir sai de sua normalidade e acaba a piorar a hipoxemia.
A hipoxemia e hipoperfusão pulmonar, geram lesão do epitélio alveola, aumenta a permeabilidade dos capilares, com edema intersticial e trunsudação do plasma ou sangue para os espaços alveolares.
O aspecto na autópsia de um pulmão com DMH varia. Os pulmões apresentam geralmente expansão insuficiente e presença de áreas atelectásicas. Os alvéolos apresentam muitas vezes um líquido de alto teor protéico, lembrando o aspecto de uma membrana hialina. O surfactante também está diminuído.


QUADRO CLÍNICO
O lactente apresenta dentro de poucas horas após o nascimento:
- Insuficiência respiratória progressiva
- Apnéia
- Dispnéia
- Taquipnéia
- Hipoxemia
- Hipercapnia
- Hipofluxo de sangue na periferia, cianose
- Batimento de asa de nariz
-  Retração subdiafragmática
-  Pode apresentar secreção e hipotermia

TRATAMENTO
De um modo geral o tratamento intensivo tem por finalidade melhorar a ventilação, conservando uma oxigenação adequada, assegurar a manutenção da temperatura, atender as necessidades metabólicas e manter a função do aparelho circulatório.

A terapêutica consiste em:
- Cuidados gerais
- Manutenção térmica (evitar hipotermia)
- Manutenção calórica
- Manutenção hídrica ( a oferta exacerbada de líquidos contribui para a persistência do forame oval).
- Evitar infecções
- Ventilação Mecânia
- CPAP (pressão positiva continua em vias aéreas)
- Terapia com surfactante exógeno
- Oxigenoterapia
- Suporte hemodinâmico

A fisioterapia visa à drenagem dos brônquios, com o objetivo de desobstruir as vias aéreas e arejar o pulmão atelectásico (Finer e Boyd, 1978). O tratamento é essencialmente sintomático, o RN recebe oxigênio dentro da incubadora.
Deve-se evitar a queda de temperatura corporal, como em qualquer prematuro, já que ela aumentaria as necessidades em relação ao oxigênio.
O uso dos respiradores nesses indivíduos apesar de essenciais para sua sobrevivência são contestáveis. Alguns prematuros sobreviventes apresentam os efeitos perniciosos das elevadas concentrações de oxigênio e do baixo teor de nitrogênio no ar inspirado, da intubação endotraqual e da intubação com pressão positiva. No prematuro, a administração de elevadas concentrações de oxigênio pode levar a fibroplasia retrolental, provocando às vezes cegueira permanente.
Admite-se que a administração precoce da pressão positiva contínua sobre as vias aéreas exerce função protetora sobre os pulmões de muitos recém nascidos. Segundo Kronskop e cols. (1975), ela é capz de prevenir a inativação do surfactante, nos prematuros com peso de nascimento de 1.500 gramas ou mais.


COMPLICAÇÕES
As principais complicações em curto prazo são pneumotórax ( acúmulo de gás na cavidade pleural), persistência do canal artéria, hemorragia intraventricular (causada pelaVM) e a longo prazo a broncodisplasia pulmonar.
A displasia broncopulmonar é uma variedade de pneumonia obstrutiva crônica, descrita em lactentes que receberam tratamento da SARRN.
Ela manifesta-se por broncoespasmo, cianose, pneumonite, bronquite, além da eventual presença de atelectasias, sequestração focal de ar e fibrose.



SHEPHERD, Roberta. Fisioterapia em Pediatria - 3º. Ed. - São Paulo: Ed. Santos Livraria, 2006. p. 110 - 144

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

PARALISIA CEREBRAL


A Paralisia Cerebral ou Encefalopatia Crônica não Progressiva é caracterizada por qualquer lesão no cérebro em desenvolvimento que cause dano permanente e não progressivo(não estacionário), afetando a postura e o movimento da criança.  Estima-se que sua prevalência seja de 2 para cada 1000 nascidos vivos.
ETIOLOGIA
As causas relacionadas a PC podem ocorrer em períodos pré-natais, perinatais, ou pós-natais.
Pré-natais: Infecções por vírus (citomegalovírus, herpes e rubéola), bactérias( toxoplasmose), prematuridade e baixo peso ao nascimento.
Perinatais: Trabalho de parto prolongado, apresentação de nádegas, prolapso do cordão umbilical, trauma no parto e anóxia.
Pós-natais: Infecção (meningite, encefalite, sarampo), traumatismo craniano,quase afogamento, anóxia por sufocamento, parada cardíaca,  AVC, tumores, etc.
É importante ratificar que geralmente o limite etário superior para usar o termo PC situa-se em torno dos 3 anos.
CLASSIFICAÇÃO
A classificação da PC baseia-se no tipo de tônus muscular, nos membros acometidos e na gravidade.
a)      DE ACORDO COM TÔNUS MUSCULAR
- ESPÁSTICA: Mais de 50% das crianças com PC apresentam o tipo espástico, é o tipo mais comum. A espasticidade pode ser definida como hipertonia, o paciente apresenta maior resistência ao estiramento passivo, hipersensibilidade aos estímulos sensoriais, clônus, reflexos tendíneos profundos e hiperativos, postura e movimento anormal dos membros. Podem apresentar sinergias anormais de movimento que incluem reações associadas ao padrão extensor e flexor de movimento com esforço, menor estabilidade postural, menor equilíbrio e força.
O principal problema é a incapacidade de ativar os músculos e controlar a força muscular para produzir um movimento voluntário funcional.

- DISCINÉTICA:
Atetose: O termo atetóse significa “sem posição fixa”. Apresenta tônus muscular flutuante em todo corpo, incluindo a face(observando-se caretas, dificuldades em coordenar a respiração e deglutição).  A criança tem movimentos involuntários entre um extremo da ADM e outro, usando um padrão de movimento contorcido, lento e suave.
Coreo-atetóse: Movimentos involuntários e imprevisíveis das partes proximais dos membros e na face.
Atetose Distônica: É caracterizada pela mudança intermitente entre os movimentos, posicionamento anormal dos membros inferiores, da cabeça e do tronco, gerando posturas bizarras e com aumento imprevisível do tônus.

- HIPOTÔNICA: Pode ser precursora de espasticidade ou atetose. É caracterizada por tônus baixo, frouxidão articular, músculos mal definidos, hipermobilidade articular, menor força, resistência, reflexos tendíneos profundos e respostas aos estímulos sensoriais diminuídos.

- ATÁXICA: Forma  rara, não está diretamente ligada ao tônus muscular e sim às relações de equilíbrio. É caracterizada pela instabilidade de movimento, base de apoio larga e marcha rude, dificuldade com movimentos precisos, tremores. Quase todas as crianças atáxicas apresentam hipotonia.
- MISTA: Combinação das alterações de movimentos descritas.

b)     MEMBROS ACOMETIDOS
- Hemiplegia: Alteração dos movimentos em um lado do corpo, como por ex: braços e pernas esquerdos
- Diplegia: a forma mais encontrada em prematuros caracteriza-se por um comprometimento dos MMII, hipertonia de adutores e marcha “em tesoura”.
- Quadriplegia: Os quatro membros são acometidos, inclusive pode acometer tronco e cabeça.

Outros termos como monoplegia e triplegia ainda são encontrados, porém provavelmente não existem, uma monoplegia com o tempo acaba se tornando uma hemiplegia por exemplo.

c)      GRAVIDADE
- Leve
-Moderada
- Grave


TRATAMENTO FISIOTERAPEUTICO
Na criança com PC, ficou demonstrado que a intensidade da fisioterapia, incluindo o treinamento intensivo de atos específicos, proporciona resultados positivos (Bower e McLellan, 1990).
O principal objetivo da fisioterapia em pacientes com PC consiste em treinar lactentes e crianças com disfunção motora na realização de atividades essenciais para sua vida cotidiana.
No qual a fisioterapia pediátrica passa por 3 etapas:
- Conhecer os problemas da criança nos diversos níveis e saber de que maneira eles afetam a criança e a família
-Planejar e avaliar um programa de treinamento que ajude a criança a desenvolver um desempenho motor eficaz, nos atos indispensáveis para o seu dia-a-dia.
- Avaliar os retornos do treinamento, medindo o desempenho da criança na realização de tarefas funcionais.

Para que seja montado um plano de tratamento é necessário que se tenha um conhecimento sobre as limitações da criança com PC e os déficits que podem estar  associados ( retardo mental, deficiência auditiva, visual, disartria, convulsões entre outras), para tal, faz-se necessária uma avaliação detalhada desse paciente abrangendo vários aspectos.


Dentre algumas das principais alterações que a PC causa, tem-se como fator crucial a espasticidade,e as contraturas musculares. Podemos citar:
- pé plano e valgo, joelho valgo e flexão de joelho.
- Deformidades articulares, ósseas da coluna, pé, mãos, quadril, tornozelo
- Rotação interna de quadril
- escoliose
- Deformidade com caráter flexor em membros superiores
- Pés em equinismo
- Luxação e subluxações de quadril
- Atrofia muscular

O tratamento fisioterapêutico nas alterações musculoesqueléticas em crianças com PC é muito abrangente, pois as causas dessas alterações podem ser diversas (espasticidade, encurtamento muscular, instabilidade articular, fraqueza muscular).

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Fortalecimento muscular
- Alongamento passivo de músculos para evitar contraturas e aumentar ADM o que irá proporcionar a criança chance de poder sentar, andar e realizar outras atividades funcionais com o máximo de eficiência
-  Normalizar o tônus ( na diminuição do tônus a hidroterapia é boa opção)
- Normalizar os movimentos,padrão motor normal, restabelecendo e estimulando as reações de endireitamento, reeducando os padrões centralizados dos movimentos (rotações) e reeducando os padrões recíprocos dos movimentos (coordenação e ritmo)
- Minimizar contraturas e deformidades, com engessamento se for preciso
- Melhorar equilibrio
- Melhorar marcha
- Melhora da capacidade respiratória e aeróbica
- Melhora da circulação periférica
- Benefícios psicológicos


PRINCIPAIS CIRIGIAS E PROCEDIMENTOS
O procedimento cirúrgico deve ser feito somente quando não obtemos feed back de outros recursos terapêuticos, não há medicamento ou procedimento cirúrgico que cure a PC, podemos sim melhorar e minimizar seus efeitos.
A razão para a indicação de um procedimento cirúrgico é prevenir contraturas e deformidades, prevenir ou corrigir padrões patológicos de movimentos, melhorar o posicionamento ou postura, melhorar as condições da marcha, higiene, prevenir o aparecimento da dor, possibilitar o uso de órteses, possibilitar a confecções de aparelhos de gesso seriados

-Liberação do tecido frouxo: melhorar contraturas
- Cirurgia de escoliose:   auxiliar na melhora da  função respiratória
- Cirurgia anti-refluxo
- Herniorrafia inguinal: melhorar o conforto e a nutrição do PC.
- Gastrostomia: procedimento para a fixação de uma sonda alimentar.
-Traqueostomia: orifício artificial na traquéia, abaixo da laringe, indicado em emergências e nas intubações prolongadas.
- Neurocirurgias
- Talomotomia ventro-Lateral (controle do tremor)
- Ablação cortical seletiva: especialmente para convulsões
- Raiz rizotomia dorsal seletiva: redução da espasticidade das pernas, reduzindo a quantidade de estímulo que alcança os músculos da perna através de nervos.  No procedimento, os médicos tentam localizar e seletivamente cortar nervos superativados e controlar os músculos da perna.

Uso da toxina botulínica: É mínimo e geralmente leva apenas alguns minutos, o paciente deixa o consultório médico após a aplicação. A injeção pode ser eficaz para acalmar os músculos e é aplicada  superficialmente a pele, dura em torno de 3 a 6 meses.

TECKLIN, Jan Stephen. Fisioterapia Pediátrica -  3. Ed. – Porto Alegre: Ed. Artmed, 2002. p.236 -259

RATLIFFE, Katherine. Fisioterapia na Clinica Pediátrica, Guia para Equipe de fisioterapeutas – 1. Ed. – São Paulo: Ed. Santos Livraria, 2002. p. 232-236
 
SHEPHERD, Roberta. Fisioterapia em Pediatria - 3º. Ed. - São Paulo: Ed. Santos Livraria, 2006. p. 110 - 144

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

SÍNDROME DE DOWN

http://www.danidavanso.com.br/blog/?tag=sindrome-de-down&paged=2

BREVE HISTÓRICO
Em registros antigos, pessoas com retardo mental eram ignoradas, recebiam pouco ou nenhum cuidado e eram até deixadas a morte, os portadores de retardo mental estavam definitivamente excluídos da sociedade.
Trabalhos manuais da Idade Média continham figuras de crianças com características faciais só agora identificadas como a da Síndrome de Down.
Em 1866, John Langdon Down publicou uma descrição das características da reconhecida síndrome, que levou o seu nome.

ETIOLOGIA
Existem mais de 350 etiologias para o retardo mental, sendo a Síndrome de Down a forma mais comum, nos EUA nascem anualmente 5.000 bebês com SD.
Síndrome de Down ou trissomia 21 é uma doença genética caracterizada pela existência de um cromossomo adicional no vigésimo primeiro par, totalizando 47 em vez de 46 cromossomos.
Embora a causa da SD seja desconhecida, a sua incidência aumenta conforme a idade materna aumente, a idade paterna também pode ser um fator.

PATOLOGIA
A síndrome de Down resulta em patologias neuromotoras, musculoesqueléticas e cardiopulmonares.

ANORMALIDADES ENCEFÁLICAS:
- Peso do encéfalo abaixo do normal
- Microcefalia
- Deficit de neurônios pequenos
- Falta de mielinização
- Anormalidade estrutural nos dendritos

PATALOGIAS ASSOCIADAS
- Problemas visuais (catarata congênita, nistagmo, miopia, hipermetropia, estrabismo etc.)
- Problemas auditivos (otite média, perda leve a moderada de audição, deterioração auditiva, provavelmente pelo estreitamento das tubas de Eustáquio)
- Doença cardíaca congênita, hipoplasia pulmonar, hipertensão pulmonar

DIFERENÇAS MUSCULOESQUELÉTICAS
- Déficit de crescimento linear
- Diminuição na velocidade de crescimento em estatura
- Redução no crescimento da perna, metacarpos e falanges
- Falta do palmar longo e alguns flexores do antebraço
- Hipotonia generalizada*
- Frouxidão ligamentar*
- Subluxação atlantoaxial*
- Subluxação de quadril (secundária a displasia acetabular dos ísquios afilados e longos)
- Pé plano e primeiro metatarso varo

A hipotonia é marcada como a principal característica de crianças com SD. O grau de presença que ela apresenta pode variar de acordo com cada caso, mas ela não deixa de ser a maior responsável pelo atraso do desenvolvimento motor. A hipotonia está presente em todos os principais grupos musculares, pescoço, tronco e quatro extremidades.
Acredita-se que a frouxidão ligamentar é causada pela diminuição da quantidade de colágeno que a Síndrome de Down causa. Secundária a frouxidão ligamentar podem estar presentes pé plano, instabilidade patelar, escoliose toracolombar e instabilidade atlantoaxial.
Sinais precoces de deslocamento atlantoaxial incluem mudança de marcha, retenção urinária, relutância em mover o pescoço e aumento nos reflexos tendíneos profundos. Ocasionando maior risco de lesão induzida por trauma da medula espinhal, com paralisia conseqüente e, em geral por lesões de hiperflexão.

OUTRAS CARACTERÍSTICAS FISICAS
-  Parte posterior da cabeça é achatada
- Fontanelas frequentemente maiores
- Pele seca e manchada na infância e posteriormente áspera
- Nariz, boca e orelhas de tamanho menor
- Olhos estreitos, pálpebras obliquas e cantos com dobras
- Palato estreito e língua grande e protruída e posteriormente estriada
- Excesso de pele na nuca
- Mãos pequenas, prega única nas palmas

A alimentação pode ser um problema para os lactentes devido à língua protruida, o palato alto e a hipotonia.

ATRASO NO DESENVOLVIMENTO
As crianças com S. de Down tem a inteligência gravemente afetada, associada ainda a hipotonia  que é a principal causa do atraso do desenvolvimento motor, alcance de marcos da motricidade ampla e fina, aquisição de fala, desenvolvimento cognitivo, distúrbios no controle postural e no equilibrio.
Estudos ainda mostram:
- Persistência de reflexos primitivos
- Taxa lenta de desenvolvimento das reações posturais
- Dificuldades no controle postural e antigravitacional
- Déficits nas reações sinérgicas posturais ao introduzir perturbação no equilíbrio
- Consequentemente estratégias de movimentos compensatórios à medida que tentam aprender, mover-se e estabilizar-se.
-Tempo de reação mais lento
- Resposta cinéstésica menor
- Aquisição imatura e atrasada da marcha

Na criança com SD ainda observam-se diferenças posturais, como sentar-se em “W”, uma abertura de 180° em prono, persistência de base alargada e pés com rotação externa, causadas mais uma vez pelo tônus baixo, frouxidão articular e falta de rotação de tronco.

ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE FISIOTERAPIA
Devido a todas essas complicações ratificadas na Trissomia do cromossomo 21, fica evidente o quão importante será a participação de uma equipe multidissiplinar no tratamento dessa criança, incluindo o fisioterapeuta. Que estará atuando efetivamente no condicionamento físico geral desse paciente, promoção da resistência cardiopulmonar, prezando sempre funcionalidade e orientação aos pais e cuidadores.
Pra que seja traçada uma linha terapêutica própria para cada paciente é imprescindível que seja feita uma avaliação minuciosa do mesmo, verificando, por exemplo, a presença de escoliose, estado cardíaco, e instabilidade atlantoaxial que é um pré-requisito limitador para algumas técnicas fisioterapeuticas.
A avaliação da criança com Down abrange principalmente etapas motoras, tônus muscular, força, coordenação, sistema sensorial, sociabilidade, existência de patologias cardiopulmonares, deformidades e respostas posturais.
As atividades devem ser sempre divertidas, interessantes e significativas para que prendam a atenção do paciente, já que este já possui nível baixo de atenção. A repetição e consistência do tratamento são aspectos fundamentais de qualquer plano de tratamento no qual se espera que ocorra algum retorno e deve-se sempre aprimorar as habilidades já existentes nesse paciente.

OBJETIVOS DA FISIOTERAPIA
- Independência e funcionalidade
- Aumento de tônus postural, extensão de tronco
- Equilíbrio
- Coordenação motora grossa e fina
- Posição em linha média e controle antigravitacional
- Atividades funcionais
- Integração das modalidades sensoriais
- Aumentar o desenvolvimento global da criança
- Evitar deformidades

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

TECKLIN, Jan Stephen. Fisioterapia Pediátrica -  3. Ed. – Porto Alegre: Ed. Artmed, 2002. p.236 -259

RATLIFFE, Katherine. Fisioterapia na Clinica Pediátrica, Guia para Equipe de fisioterapeutas – 1. Ed. – São Paulo: Ed. Santos Livraria, 2002. p. 232-236